Entrevista a Margareth Menezes Nueva Revista de Literaturas Populares
Número 2 / Noviembre 2024 / pp. 183-192 190 ISSN 3008-7619
A retomada do MinC pelo presidente Lula tem implementado várias
iniciativas para assegurar que a riqueza das expressões culturais de pequenos
grupos, comunidades e povos não seja apenas preservada, mas também
promovida. Os Pontos e Pontões de Cultura são exemplos vitais nesse
esforço, atuando diretamente nos territórios para manter viva a expressão
cultural de comunidades diversas, incluindo povos originários e de terreiro.
Como sabemos, a exclusão digital pode impedir a difusão de
conhecimento, de informação; também tem reflexos no aumento da
pobreza, nas desigualdades, no desemprego. Essa desigualdade tecnológica
afeta mais ainda os povos de territórios tradicionais, as comunidades
quilombolas, as comunidades indígenas, periféricas, de regiões rurais,
ribeirinhas.
Podemos também garantir o direito às manifestações e expressões
culturais de grupos historicamente marginalizados, valorizando as
produções culturais locais, reforçando a importância da cultura na
transmissão de valores, conhecimentos, saberes; que fala de nosso legado de
manifestações culturais, e que está relacionado diretamente com a identidade
cultural das comunidades.
Por meio de editais como o Cultura Viva – Sérgio Mamberti, o MinC
valoriza e reconhece os mestres dos saberes tradicionais e as práticas culturais
indígenas, refletindo um compromisso com a proteção e promoção das
culturas tradicionais e populares. Esses prêmios não apenas celebram, mas
também incentivam a transmissão de conhecimentos e práticas culturais
entre gerações, fortalecendo o senso de identidade e pertencimento.
Essas políticas são fundamentadas na ideia de que “o futuro é
ancestral”, como afirma Ailton Krenak, reconhecendo que a sabedoria dos
antepassados é essencial para entender nossa identidade e história. Ao
valorizar a ancestralidade, o Brasil fortalece as bases para uma sociedade mais
justa e sustentável, que reconhece e integra a diversidade cultural como uma
fonte de inovação e criatividade. Assim, o desafio de garantir direitos culturais
em um mundo globalizado é enfrentado não só preservando o passado, mas
também abraçando as novas formas de expressão cultural trazidas pela
juventude e pelas tecnologias digitais.
Com o objetivo de criarmos pontes e ampliar o acesso à infraestrutura
cultural de nosso país, criamos o Programa Territórios da Cultura, que