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/ pp 166-178/ Año 12 Nº22 / JULIO 2025 – NOVIEMBRE 2025 / ISSN 2408-4573 / SECCIÓN GENERAL
ação. O ato de planejar é um processo político pedagógico, o qual se destina a diagnosticar determinada situação e,
diante dela, tomar uma decisão objetivando o alcance de um determinado fim, esse processo é permanente e
predispõem uma avaliação igualmente contínua. Para Gadotti (2003), quando se planeja na escola é
necessário considerar a participação, uma vez que o planejamento é processo de formação social, política e
pedagógica. O PPP concede uma nova identidade à escola, abrangendo a reflexão acerca da qualidade da educação
nas suas dimensões formal ou técnica, social e política. Como bem pontua Veiga (2012, p. 163) “o que se espera da
escola hoje é uma educação de qualidade, tendo como sustentáculos o projeto político pedagógico e a gestão
democrática”. Percebe-se, então, o PPP como um instrumento de planejamento que traduz uma identidade, afirma a
cultura institucional e proporciona o ideal de futuro que todos almejam (Guedes, 2021). Ao construir o PPP, a escola
está afirmando sua identidade, sendo esse um documento que altera a situação educacional, através da construção
coletiva e do futuro que se deseja.
A partir da compreensão conceitual, passamos a abrir o diálogo em torno da elaboração do PPP, que deve partir de uma
discussão coletiva sobre a finalidade da escola e qual é o seu contexto social. Esses dois pontos irão conduzir o coletivo
a pensar o presente e o futuro da instituição, planejando as ações necessárias para modificar o cenário atual em prol
de se alcançar o que foi almejado no coletivo. Monticelli, Coutinho e Cavalcante (2023) ponderam que esse movimento
de buscar novas soluções e possibilidades para a instituição, deve se relacionar com toda a pluralidade que envolve o
ambiente escolar. Assim, é possível entender que o PPP é um dos principais instrumentos na busca de garantir a prática
de uma gestão escolar democrática, ele orienta as escolas a planejarem e compartilharem a organização, o
planejamento e a implementação por meio da participação de todos os atores educacionais (Luck, 2006).
De acordo com Veiga (2012) o projeto, como proposta, deve ser liderado pelo corpo diretivo e contar com a
responsabilidade dos outros agentes da comunidade escolar. Sabendo que a formulação e reformulação do PPP são
feitas na coletividade, Santos (2011) dialoga com Veiga (2012) destacando a necessidade do diretor da escola em
exercer o papel de liderança nesse processo, buscando meios de garantir a participação de todos, além de motivá–los
a contribuir transpassando a visão individual para a coletividade. Mais ainda, a construção desse documento deve estar
afinada com as diretrizes educacionais. A gestão escolar exerce um papel fundamental de liderança em todas as frentes
da escola, de modo a propiciar a seus estudantes uma formação integral para além da sala de aula. Assim, aqueles
que compõem a gestão escolar devem realizar um trabalho conjunto (Zaikievicz e Schneckenberg, 2012). Nessa
perspectiva, a gestão escolar deve propiciar momentos de tomadas de decisões coletivas e de diálogo com a
comunidade escolar. O gestor escolar deve superar a visão de gerenciamento de recursos e de rotinas organizacionais,
ele deve sempre recobrar a finalidade da escola e assegurá-la por meio de processos democráticos. Para tal, o gestor
não está perdendo espaço nas decisões e sim, enriquecendo as tomadas de decisões com um plural de ideias, além
de conseguir, dessa forma, um maior comprometimento de todos os atores sociais envolvidos em prol do processo
educativo da instituição.
Diante do projeto pronto, Gadotti (2003) reforça que um PPP é um processo sempre em andamento, em busca de
atender as finalidades da escola. Sua construção não se encerra no papel, esse projeto precisa ser posto em prática
em cada movimento que a escola exerce, de modo a fazer valer a ação conjunta de sua formulação (ou reformulação),
transformando o que está nas palavras no dia-a-dia da escola. Compartilhando este entendimento, Santos (2011)
destaca que o PPP deve sempre ser monitorado e avaliado pela comunidade escolar. Sendo assim, o processo de
monitoramento e avaliação deve se dar por parte de todos os envolvidos no processo de elaboração do PPP, e pode ser
realizado fazendo uso de uma equipe coordenadora que anime todo o processo, na realização de reuniões, encontros
de avaliação sistemáticos, formações sobre planejamento, inclusão de novos membros e articulação com outros grupos;
considerando que avaliar é confrontar o que se está sendo realizado com o que era desejado, objetivando qualificar a
ação de modo a alcançar o que foi coletivamente idealizado.
2. Escola e Projeto Político Pedagógico: construção de uma identidade
A pesquisa empírica foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino do Recife (Pernambuco-Brasil) que
defende sem seus documentos a gestão democrática, enfatizando a transparência, pluralidade de visões, valorização
dos servidores, promoção de oportunidades, formação continuada, espaço de discussão e preparação da comunidade
escolar para tomada de decisões (PPP, 2023). Aspectos esses elencados como fundamentais para a constituição de