Altair Alberto Fávero, Carina Tonieto e Evandro Consaltér (Org.) (2019). Leituras sobre Zygmunt Bauman e a Educação. Editora CRV.
Resumen
Organizado pelos professores doutores, Altair Alberto Fávero, Carina Tonieto e Evandro Consaltér, o livro “Leituras sobre Zygmunt Bauman e a Educação”, lançado em 2019, pela Editora CRV, de Curitiba – PR, traz, entre outros, textos extraídos dos estudos e pesquisas realizados pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (GEPES/UPF). A coletânea é formada por dezessete capítulos que objetivam evidenciar o pensamento instigante de Bauman e sua preocupação com as questões pertinentes a dignidade humana, a justiça social, entre os outros aspectos fundamentais para a vivência em sociedade, especialmente as sociedades capitalistas do século XX.
No primeiro, os autores Altair Alberto Fávero, Alcemira Maria Fávero e Carina Tonieto, analisam A tensão entre a ambivalência e a ordem: possibilidades educacionais da solidariedade na perspectiva de Bauman, e dão conta de responder o seguinte questionamento: “em que consiste a tensão entre a ambivalência e ordem e quais suas consequências para a formação das futuras gerações?”Para Bauman, a ordem é o elemento-chave para a compreensão da civilização moderna. Porém, o sonho de ter uma sociedade ordenada, acabou sendo contraditório e gerando desordem e ambivalência, paradoxo a ser enfrentado pelas sociedades líquidas. Para fazer o enfrentamento a um mundo ambivalente é proposto uma “experiência de solidariedade”, pois em se tratando de modernidade líquida, deve-se reaprender a educar, ter presente a ambivalência, o diferente; a contingência e a solidariedade.
O segundo capítulo, sob o título, Ambivalência em perspectiva: a questão de um paradigma em gestação num mundo líquido, faz um convite para um “mergulho nas águas da ambivalência”, os autores, Claudionei Vicente Cassol e Sidinei Pithan da Silva, lançam um acordo prévio, no qual, de antemão, já previnem que podem, necessariamente, não concordar com a condição paradigmática que a ambivalência assume e questionam, se realmente a possibilidade existe, quais são os movimentos internos e que análises são possíveis? Intitulado, ambivalência em perspectiva: a questão de um paradigma em gestação no mundo líquido, o texto define três aspectos centrais que elencam o paradigma da ambivalência e são explorados filosoficamente, no sentido de empreender com buscas incessantes para encontrar e atribuir sentido ao objeto de estudo, mostrando que o paradigma da ambivalência representa um ajuste de contas com nossas formas de educar e pensar, ampliando os sentidos emancipatórios e apontando o diálogo como a nova metodologia para a cidadania, para a educação.
Com o título, Peregrino ou turista: análise de dois modelos de formação docente a partir da metáfora de Bauman, o terceiro capítulo, discorre sobre o atual processo de formação de professores, ser peregrino, ou ser turista, fazendo um comparativo entre dois modelos de formação docente e como os profissionais vivem essa etapa de suas vidas. Metaforicamente, o peregrino é o profissional que dedica parte de sua vida aos estudos, a sua formação, investe pacientemente seu tempo na reflexão, construção de experiências significativas, consistentes, sabedor que fará a travessia de uma “ponte entre um antes e um depois” (2019, p. 65). Já para turista, não importa a apropriação do conhecimento, do saber. Para ele, o diploma pode ser “comprado”, sem pelos menos cursar uma universidade. O importante é desfrutar dos benefícios de forma rápida, sem sofrimento e “a satisfação pessoal fala mais alto do que o valor ético de nossos desejos ” (2019, p. 64)
De autoria dos professores e pesquisadores Aristeo Santos Lópes e Marisa Fátima Roman, da Universidad Autónoma del Estado de México, o quarto capítulo, intitulado El mundo de Bauman: cuando lo liquido brota del cielo y de la tierra inundando las acciones y emociones, os autores fazem uma reflexão a partir de leituras do pensamento de Bauman, que os instigaram a dialogar e focar sobre como o tempo é inconstante nas sociedades líquidas, como também na fragilidade e na transitoriedade da informação, do conhecimento e do próprio ser humano. Nessa perspectiva, os autores versam sobre a necessidade de pensar sobre o cultivo dos saberes, bem como a sua ressignificação, o despertar da criatividade, de sensibilidades e valores. Partindo desses comentários, os autores entendem que existe a possibilidade de formar cidadãos mais ativos e comprometidos com o meio em que vivem.
A autoridade docente na modernidade líquida, é o tema que encabeça o quinto capítulo. Nele os autores, Altair Alberto Fávero e Junior Bufon Centenaro, a partir de Bauman, buscam compreender, a autoridade docente, na passagem da modernidade sólida, para a modernidade líquida, com o seguinte questionamento: quais são os desafios emergentes decorrentes da modernidade líquida à autoridade docente? A modernidade sólida, entendida como educação legisladora, com normas, objetivos e fins definidos, fazendo a transição para a modernidade líquida, percebida como educação intérprete. O estudo indica, que na modernidade líquida, os professores, ou seja, a autoridade docente, é autônoma e flexível, precisa ajudar o aluno a refletir e encarar com sobriedade um mundo em constante transformação, tornando-os conscientes da brutal mercantilização do sistema educacional.
O sexto capítulo, Los desafios del trabalho docente y el clima del aula en México, tem como autores, os pesquisadores e professores Sara Aliria Jiménez García e Jaime Moreles Vázquez, da Universidad de Colima – México, e Ali H. Borjian, da San Francisco State Univerity, San Francisco CA. Os autores trazem os resultados de uma pesquisa, realizada com 25 professores em formação do Bacharelado em Pedagogia da Universidade de Colima, México, no ano de 2017. A pesquisa analisou os futuros professores, quando eles foram encarregados de uma aula pela primeira vez. A análise também considerou os mesmos desafios a partir dos argumentos de Bauman sobre a coexistência social. Como resultado da pesquisa, os autores puderam identificar que os profissionais em formação tiveram dificuldades de organizar aulas que favoreçam aprendizagem entre professores e alunos, nos ambientes educativos. Tendo o entendimento das dificuldades, os autores puderam refletir sobre as práticas pedagógicas que tinham como certas, bem como, perceber as condições emocionais, cognitivas e culturais dos participantes. De outro lado, os professores em formação, afirmaram que nas escolas de estágio e formação são necessárias comunidades de diálogo que mostrem como é possível construir ambientes escolares de aprendizagem, transparência, ética, diálogo, cooperação e responsabilidade.
Os professores Arnaldo Nogaro e Luci Mary Duso Pacheco, abordam as Práticas pedagógicas e relações humanas na sociedade líquida a partir da metáfora do jardineiro e do caçador, no sétimo capítulo da coletânea. Para os autores, a sociedade líquida influencia diretamente o relacionamento entre as pessoas, tornando-as frágeis e com uma gama de incertezas e instabilidade, o que Bauman denominou de “destruição criativa” (2019, p. 124). O capítulo é desenvolvido através da seguinte questão: como podemos intervir ou construir laços que sejam mais alentadores e humanizantes? Partindo do pressuposto de que as práticas humanas se formam através de diferentes naturezas, que ocorrem no coletivo e neste contexto estão inseridas as práticas pedagógicas. As práticas pedagógicas, diferem das práticas educativas. As práticas educativas podem ocorrer em todos os ambientes, nas relações entre as pessoas, oportunizando importante experiências para as práticas pedagógicas. Porém, são as práticas pedagógicas que imbuídas de significado, de sentido, de intencionalidade, podem construir relações que eduquem as pessoas, através de uma ação reflexiva e que vise a emancipação humana e o convívio em comunidade.
O oitavo capítulo, intitulado A fragilidade dos laços humanos e a felicidade efêmera na sociedade de consumo: implicações formativas, de autoria dos professores Altair Alberto Fávero e Francieli Nunes da Rosa, aborda os conceitos de tempo, mudança e velocidade e suas inferências na promessa de felicidade em tempos líquidos. A felicidade tem se tornado passageira, mesquinha e obsoleta, fragilizando as relações humanas. Nesse sentido o texto, objetiva compreender a relevância e a problemática desses conceitos quando se pensa a educação contemporânea. Será que o amor, a felicidade, as fragilidades das relações humanas interferem no modo de educar e pensar de toda uma sociedade? Através da pesquisa os autores estruturaram o texto em três partes: na primeira exploram a promessa de felicidade na sociedade líquida, na segunda dissertam sobre os relacionamentos humanos e o problema do amor e na terceira parte apresentam as implicações para a educação.
Intitulado: A educação entre babel e a cegueira moral, de autoria de Denilson da Silva e Leandro Carlos Oldy, o nono capítulo, repercute sobre o fortalecimento do capitalismo e a ascensão do neoliberalismo, em nível global, fazendo com que as relações comerciais, sociais e culturais sofressem grandes transformações, abrindo espaço para o individualismo na sociedade contemporânea, fazendo com a política, a democracia, os espaços públicos e privados assumam novos modelos. Os autores trabalham com os conceitos presentes nos livros Babel: entre a incerteza e a esperança (2016) e Cegueira Moral: a perda da sensibilidade na modernidade líquida (2014) – densos diálogos entre o sociólogo Zygmunt Bauman e, respectivamente, Leonidas Donskis e Ezio Mauro, articulando-os a análise de outros filósofos, os autores, destacam às ideias de Arendt, e descortinam esses desafios, a partir desses sintomas, na educação contemporânea.
De autoria de Lidiane L. Puiati Pagliarin e Altair Alberto Fávero, o décimo capítulo traz como título os conceitos de indivíduo e comunidade para Elias e Bauman: aproximações com a formação docente. As rápidas e profundas mudanças ocorridas nas últimas décadas dão subsídios importantes para repensar a educação, frente a transformação social que vivenciamos. Diante de tal cenário, os autores, descrevem os conceitos de comunidade e indivíduo para Bauman e Elias, como também aproximam esses conceitos com a formação docente. A centralidade da discussão surge da seguinte problemática: como o processo de formação docente se correlaciona com os conceitos de indivíduo e comunidade? Três partes organizam o texto: a discussão é entre a individualização e a socialização na modernidade, sendo Elias o referencial; os ensinamentos de Bauman na discussão sobre indivíduo e a sociedade; a importância dos movimentos individual e coletivo na formação docente.
O décimo primeiro capítulo, de autoria de Marcio Giusti Trevisol e Rogerio Augusto Bilibio, é intitulado A incorporação dos sinais da incerteza na educação a partir do conceito de medo líquido de Bauman, os autores ponderam que a insegurança e o medo, potencializados na modernidade, são pontos centrais para definir o comportamento dos indivíduos. O Medo Líquido, Bauman (2016), define três formas de medo que afetam a sociedade: o medo de não possuir trabalho, ou de não garantia da própria subsistência; o medo de perder a posição social, pode ser entendido como desemprego ou a falência de um empreendimento e; o diz respeito a integridade física, a ameaça oriunda do crime organizado, dos atos de terrorismo, entre outros. Trevisol e Bilibio, procuram aproximar o conceito de medo líquido de Bauman com a educação, tendo como objetivo a compreensão de que os espaços educativos incorporam sinais de incertezas e quais suas consequências para as formações das futuras gerações.
Educação e diálogo com as diferenças: interseções entre Bauman e Freire, de autoria de Mylene Cristina Santiago e Katiuscia C. Vargas Antunes, integra o décimo segundo capítulo e trata da atual crise educacional, que através de uma ideologia conservadora, procura excluir e ou interditar os denominados diferentes ou inclusos. Bauman, defende que em tempos líquidos, pode-se produzir diferentes formas de conhecimento, deixando de problematizar as diferenças entre os indivíduos. Freire, através dos princípios de uma educação comprometida, problematizadora, política, entende que as diferenças entre os indivíduos é um princípio pedagógico fundamental para superar a opressão e as desigualdades. As autoras fazem uma aproximação entre os dois pensadores, utilizando diálogos e seus conceitos, percebendo que existem possibilidades de vencer as barreiras impostas pelas diferenças, os dois comungam a importância da formação da consciência crítica, e, embora em tempos sombrios, mudanças são possíveis.
De autoria de Marcos Antonio Martinelli Madaloz, Janimara Rocha e Cíntia Roso Oliveira, o décimo terceiro capítulo aborda o seguinte questionamento: A educação pode auxiliar a lidar com o paradoxo da identidade? Partindo das reflexões de Bauman (2005), os autores, apresentam que o diálogo respeitoso com outras culturas, com o outro, com outras crenças, sendo recíproco, leva ao acolhimento, inclusive das diferenças. Reforçam o embasamento em Lipman (1995) e Almeida et al. (2009), que a educação, desde a infância até a vida adulta, através de diversos processos formativos, pode com o desenvolvimento da criatividade e da criticidade, contribuir na constituição da identidade regida pelo respeito a singularidade de cada um. A ilustração do problema parte do episódio “Nosedive”, da série Black Mirror, de caráter qualitativo e exploratório, o artigo foi escrito por meio de análises e interpretações de textos, sendo dividido em quatro partes: o comparativo entre a identidade fixa e rígida (modernidade sólida), com a identidade construída e flexível (modernidade líquida); a pretensão é caracterizar as origens do medo intensificado na sociedade moderna; o paradoxo da identidade; e a ênfase é pensar como a educação pode ajudar as pessoas a serem reconhecidas, quando desenvolvem a criatividade, a criticidade e o espírito colaborativo, para a efetivação de um diálogo respeitoso com os outros.
O décimo quarto capítulo, intitulado A docência universitária no contexto líquido-moderno: possibilidades de formar docentes pela dimensão estética, é de autoria da professora Carina Copatti. Considerado que a educação está suprindo demandas mercadológicas e consequentemente, deixando de lado seu principal objetivo, a autora, reflete sobre a docência com a questão central: de que maneira, pela dimensão estética na docência, pode-se contribuir para a formação humana no contexto líquido-moderno? A pesquisa de cunho teórico tece aproximações com as obras de Zygmunt Bauman, 44 cartas do mundo líquido (2011), Vida líquida (2007) e Tempos líquidos (2007). Diante da mercantilização da educação no ensino superior, a autora reflete acerca da dimensão estética na docência, como possibilidade para a humanização do processo educativo. Copatti entende que os docentes devem construir diferentes aportes relacionados à dimensão estética da docência, destacando: pela subjetividade – partindo pelo olhar de si na relação com os demais; pela experiência – experimentando o novo na leitura da realidade; como movimento de transformação e na dimensão do sensível, tendo o suporte para agir diante de diferentes situações e conceitos.
Intitulado Bauman e a “síndrome consumista” no ambiente escolar: crianças em foco nas ações cognitivas e interativas líquidas, a autora Ana Lucia Kapczynski, com a finalidade propositiva e analítica, fundamenta o décimo quinto capítulo do livro. O artigo elaborado através da pesquisa bibliográfica e na observação da sala de aula, com crianças que compreendem a faixa etária de 3 e 4 anos, durante uma década, segundo as teorias filosóficas de Bauman (2004, 2007), confrontadas no campo da psicanálise com as reflexões elaboradas por Lebrun (2008). A autora defende uma educação cidadã, humanizadora e crítica, embasando o artigo na seguinte questão: de que forma as práticas docentes podem problematizar a cultura consumista na educação infantil? O texto foi dividido em três tópicos: o consumismo no ambiente escolar, a partir de uma situação pontual, da série de desenhos animados Monster High; as teorias da psicanálise, para compreender a influência da indústria de consumo no desenvolvimento psicológico da criança, fazendo correlação ao conceito de amor líquido de Bauman, ao neossujeito de Lebrun, onde ambos discutem a fragilidade dos laços humanos numa sociedade consumista, e um breve estudo sobre os currículos, na sociedade de consumo e sugere o estudo da filosofia para a formação do pensamento crítico.
No décimo sexto capítulo da coletânea, os autores, Carmen Lucia Albrecht da Silveira e Munir José Lauer, com o título, A utilidade do inútil para a democracia social e política do mundo cibernético procuram compreender a interface entre o paradoxo do inútil e do útil do mundo globalizado. Para o encaminhamento da discussão, os autores trabalham com a seguinte pergunta: qual é a utilidade do inútil e a inutilidade do útil do mundo ciberneticamente interconectado e mercantilizado para a superação da crise social e política da democracia atual? O texto está organizado em três seções, a primeira procura dar conta das consequências da ciber (democracia) para sociedade; a segunda aborda o contrato entre o útil e o inútil da ciber (democracia) para a política e a terceira seção trata a educação como útil, inútil a ciber (democracia). A pesquisa é de cunho crítico e inicia esmiuçando a obra Babel entre a incerteza e a esperança, de Bauman e Mauro, precedida de autores com Lévy, Franco, Ordine e Maturana. O tema indica a fragilidade da democracia, mediante a globalização. Num mundo de interação on-line, as relações humanas são segredadas. Se por um lado o isolamento é protetor, por outro, vive-se uma profunda exposição, seja por fotos, fatos e frases de efeito, ou por meio de fake news. E mais uma vez, o potencial da educação é desafiado como responsável pela formação crítica do sujeito.
Finalizando a coletânea, o décimo sétimo capítulo é de autoria de Altair Alberto Fávero, Alexandre José Hahn e Bianca Possel, com o título O consumismo na modernidade líquida: ressonância nos processos educativos na perspectiva baumaniana. O objetivo é de reconstruir as reflexões de Bauman sobre a passagem da “ética do trabalho” para a “estética do consumo”, a fim de inquirir possíveis ressonâncias para os processos educativos. O texto está estruturado em três partes: a reconstrução da forma como Bauman explica a passagem da sociedade de produtores para a sociedade de consumidores; a transformação da vida em mercadoria; e com base em Lipovetsky e Serroy, algumas ressonâncias dos processos formativos possibilitados pelas reflexões de Bauman. Os autores concluem que na estética do consumo, o trabalho deixa de ser o eixo de uma vida individual, para se tornar meio de consumo, onde a própria vida se transforma em mercadoria. Alertam, que até o pensamento crítico se sente ameaçado, se for compreendido como oposição ao crescimento desmedido do mercado de consumo.
Os dezessete capítulos possuem temáticas diversificadas e relevantes, que vão desde a pesquisa em sala de aula, os processos educativos, a formação docente, a fragilidade das relações humanas, o consumismo desenfreado, a mercantilização da educação, a democracia, as diferenças, o mundo cibernético, até outros assuntos pertinentes, ou mesmo, sentimentos, como a felicidade, o amor, o medo, a loucura, que nos fazem refletir profundamente, como também metaforicamente, até que ponto somos turistas, no nosso cotidiano, na nossa formação.
Os desafios educacionais são hercúleos, as transformações sociais e culturais, nas últimas décadas surgem como avalanches. Bauman propõe, por meio de sua obra, a compreensão crítica do mundo em que vivemos. Da coletânea em questão, apesar de todas as questões/problemas apresentados, a competência e sensibilidade dos autores, ao mesmo tempo que descortinam a complexa realidade, nos trazem alento e esperança, pois, por mais ataques que a educação vem sofrendo, ou mesmo descrédito, é a educação, por meio de seus docentes, que tem condições de transformar os sujeitos em seres pensantes, críticos, reflexivos e autônomos, para então transformar a realidade em que estão inseridos. Seguindo este viés, projeta-se profissionais ambivalentes, que pensam e percebam outras dimensões, que a formação seja permanente e pautada na solidariedade. Que o diálogo seja promovido e de forma compreensiva. Que possam ter a essência do peregrino, sendo construtores de “pontes de um antes e um depois”, para dar conta da modernidade pautada pela liquidez. Por fim, se isso for utopia, que possam vivê-la da melhor maneira.
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