O caminho para a escola: distâncias entre domicílios e estabelecimentos de ensino em diferentes estratos sociais.

Análise com microdados georreferenciados de Bahía Blanca

Resumo

Analisamos o acesso efetivo à educação obrigatória (níveis inicial, fundamental e médio) e testamos a hipótese de que domicílios localizados em áreas urbanas vulneráveis ​​têm menor acessibilidade ao sistema educacional do que aqueles com renda mais alta ou localizados em áreas centrais. O estudo foi motivado pela reivindicação persistente de famílias residentes em bairros populares que enfrentam dificuldades para se matricular em unidades educacionais acessíveis. A fonte de dados utilizada corresponde a uma pesquisa aplicada a uma amostra probabilística de 620 domicílios onde vivem 897 crianças e adolescentes nas localidades de Bahía Blanca, Ingeniero White e Daniel Cerri. O georreferenciamento dos endereços dos domicílios e das unidades educacionais que frequentam permite calcular a distância média que crianças e adolescentes percorrem para ir à escola. Essa distância entre os bairros vulneráveis ​​e os demais é comparada de forma bivariada e multivariada, após controlar para outros determinantes da distância à escola. Os resultados confirmam que as famílias em bairros vulneráveis ​​devem percorrer distâncias maiores para acessar a educação, refletindo o subinvestimento em infraestrutura escolar nesses espaços. Esse déficit se traduz em maior repetência no nível médio e maior absenteísmo no nível inicial, afetando o efetivo cumprimento do direito à educação.